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AVANCE PARA ÁGUAS PROFUNDAS


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Mês de Outubro

Coloquemos em evidência alguns pontos essenciais para estarmos em união intima com Cristo.

   O primeiro e antes de tudo é, recomeçar de Cristo que significa cultivar a familiaridade com Ele, Jesus recomenda-o, com insistência, aos discípulos na Última Ceia, quando Se prepara para viver o dom mais sublime de amor, o sacrifício da Cruz. Recorrendo à imagem da videira e dos ramos, Jesus diz: Permanecei no meu amor, permanecei ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se estivermos unidos a Ele, podemos dar frutos, e esta é a familiaridade com Cristo. É permanecer em Jesus! Permanecer ligados a Ele, dentro d’Ele, com Ele, falando com Ele.

   A primeira coisa necessária para um discípulo é estar com o Mestre, ouvi-Lo, aprender d’Ele. E este é um caminho que dura à vida inteira! Estar com Ele; é estar na Sua presença deixando-se olhar por Ele. Pergunto-vos: Como estais na presença do Senhor? Quando ides ter com o Senhor, enquanto olhais o Sacrário, que fazeis? Podemos Ficar sem palavras, falar, pensar, meditar, ouvir… Mas tu… deixas-te olhar pelo Senhor? Ele olha-nos, e esta é uma maneira de rezar. Esta relação entre mim e Ele deve aquecer o coração, manter o fogo da amizade com o Senhor. Não devemos deixar-se desanimar Ele nos ama, deixemos que Ele nos olhe! Nada mais.

   O segundo elemento é recomeçar de Cristo, significa imitá-Lo na saída de Si mesmo para ir ao encontro do outro. Quem coloca Cristo no centro da sua vida, descentraliza-se! Quanto mais nos unimos a Jesus e Ele Se torna o centro de nossa vida, tanto mais Ele nos faz sair de nós mesmos, nos descentraliza e nos abre aos outros. Este é o verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento do próprio Deus! Sem deixar de ser o centro, Deus é sempre dom de Si, relação, vida que se comunica... Onde existe uma verdadeira vida em Cristo, existe uma verdadeira abertura para o outro.

   O terceiro elemento para recomeçar a partir de Cristo, situa-se também nesta linha: significa não ter medo de ir com Ele para as periferias. Podemos aqui analisar na Sagrada escritura a história de Jonas, uma figura muito interessante, especialmente nos nossos tempos de mudanças e incerteza. Jonas é um homem piedoso, com uma vida tranquila e bem ordenada; isto leva-o a ter bem claros os seus esquemas e a julgar rigidamente tudo e todos segundo esses esquemas. Vê tudo claro, a verdade é esta. É rígido! Por isso, quando o Senhor o chama e lhe diz para ir pregar à grande cidade pagã de Nínive, Jonas não quer. Ir lá! Nínive está fora dos seus esquemas, está na periferia do seu mundo. Então escapa, foge, embarca num navio que vai para as proximidades da Espanha. O Livro de Jonas é breve, mas é uma parábola muito instrutiva, especialmente para nós que estamos na Igreja.

   Que nos ensina? Ensina-nos a não ter medo de sair dos nossos esquemas para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além. Deus não tem medo! Ultrapassa sempre os nossos esquemas! Deus não tem medo das periferias. Se formos às periferias, O encontraremos lá. Deus é sempre fiel, é criativo. A criatividade é como que a coluna do ser Consagrado (a). Deus é criativo, não se fecha, e por isso nunca é rígido. Acolhe-nos, vem ao nosso encontro, compreende-nos. Para sermos fiéis, para sermos criativos, é preciso saber mudar. Devo mudar para me adequar às circunstâncias em que devo anunciar o Evangelho.

   Para permanecermos com Deus, é preciso saber sair e não ter medo de fazê-lo. Atenção, porém! Jesus não diz: Ide, arranjai-vos. Ele diz: Ide, Eu estou convosco! Nisto está o nosso encanto e a nossa força: se formos, se sairmos para levar o seu Evangelho com amor, com verdadeiro espírito apostólico, com franqueza, Ele caminha conosco, precede-nos, Deus sempre nos precede! Quando pensamos que temos de ir para longe, para uma periferia extrema, talvez tenhamos um pouco de medo; mas, na realidade, Ele já está lá: Jesus espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Recomeçar sempre de Cristo! Permanecer com Cristo – permanecer em Cristo –, procuremos cada vez mais ser um só com Ele; sigamo-Lo, imitemo-Lo no seu movimento de amor, no seu sair ao encontro do outro; e saiamos, abramos as portas, tenhamos a audácia de traçar estradas novas para o anúncio do Evangelho. Maria é nossa Mãe; Maria, sempre, nos leva a Jesus! Elevemos uma oração, uns pelos outros, a Nossa Senhora.

(Esta meditação foi tirada do encontro do Papa Francisco com os catequistas no dia 27/09/13)